sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cotidiano da Prática do Estágio: Espaço de reflexão e construção.


I Semana do Estágio Supervisionado, no Centro de Atendimento Integrado a Criança - CAIC, Município de Jequié- Estado da Bahia.
Na primeira semana do Estágio procurei perceber como a concepção pedagógica da escola campo estágio ocorre na prática com o objetivo de adequar as minhas ações de sala de aula dentro da concepção da Escola.
A escola campo Estágio trabalha com uma concepção pedagógica pautada no Construtivismo, considerando que o conhecimento é construído pelo individuo, num processo continuo e dinâmico. Segundo Ribeiro ( 1999)
nessa concepção, o sujeito é visto como um ser ativo que, agindo sobre os objetos de conhecimento, no seu meio, interage socialmente e sofre as influências dos mesmos, ao mesmo tempo que interioriza vários conhecimentos a partir de sua ação.
Dentro dessa perspectiva, o sujeito é visto como um individuo que traz conhecimentos decorrentes de suas aprendizagens e experiências vividas, assim como recebe por meio da interação com o ambiente. Assim, o individuo vai formando aos poucos, interagindo com o mundo, tornando-se cada vez mais autônomo, construindo e buscando o conhecimento dentre de seu ritimo, seu interesse, necessidades e possibilidades.
Segundo Jean Piaget ( 1896-1980), o aprendizado é um processo gradual no qual a criança vai se capacitando a níveis cada vez mais complexos do conhecimento, seguindo uma seqüência lógica do pensamento. Dentro desse processo a turma em que se efetiva minha prática na escola campo estágio está em uma fase que age sobre as informações e símbolos, trasformando-os e incorporando-os aos conhecimentos prévios, que podemos citar com exemplo as regras de convivência.
Esse aspecto das regras de convivência tem sido uma questão desafiadora, até mesmo porque as crianças não tinham limites aos quais consideramos importantes para seu desenvolvimento educacional tanto de maneira formal como informal. Assim, implantamos novos aspectos as regras de convivência, com base nos dados coletados no momento do estágio de observação.

A leitura, por exemplo, entrou na rotina, após boas vindas e momento de reflexão e revisão da aula anterior, realizamos um leitura da história da literatura infantil, com objetivo de aguçarmos a curiosidade das crianças, o seu poder de percepção, interpretação e mensagem que a leitura traz para suas vidas, tocando nas questões de comportamentos, sentimentos e interesses, escolhas e outras questões. Além disso, situações como estarem ao mesmo tempo no bebedouro, banheiro, fazer lanche na sala fora do horário, foram abolidas, para a nossa boa convivência.

Quanto à aplicação do conteúdo nos debatemos como isso foi perpassado até chegarmos à sala. As crianças não têm noção da importância de terem atenção nos momentos de explicação dos conteúdos. Estão acostumadas de modo muito mecânico, acham que a aula só ocorre ao fazerem à atividade. E é aí que ocorre controvérsia naquilo que a escola diz que segue. A prática não é construtivista, é mecânica, é um construtivismo equivocado, além disso, os limites não foram bem estabelecidos. Assim, decaio no dilema “alunos com dificuldades de aprendizagem x alunos um pouco avançado. Como focar em um grupo e dar atenção necessária a outro?”. Outro dilema é a Heterogeneidade, indisciplina, comportamento no sentido de entender os limites. Segundo Zabalza (2003, p. 1 - 6)

o ensino move-se necessariamente em um campo de incertezas, e cada novo passo depende de toda uma constelação de variáveis ( muitas delas próprias daquele momento ou situação) que o docente deve ser capaz de decodificar. Não existem protocolos que guiarão após ter sido iniciada a interação entre as crianças e o/ a seu/ sua professora/a. Zabalza ainda acrescenta que cada situação é única a apresenta características particulares.

Diante do exposto e da prática vivenciada, o desenvolvimento de habilidades por parte do professor será de fundamental importância para o enfrentamento aos dilemas vividos. E mesmo com tantas complexidades, tem sido possível impactarmos a realidade local, adotando posturas em busca de resultados efetivos na aprendizagem das crianças e na sua formação humana.

II Semana do Estágio Supervisionado, no Centro de Atendimento Integrado a Criança - CAIC, Município de Jequié- Estado da Bahia.


Diante dos dilemas vivenciados na primeira semana, procurei nessa segunda semana através da aplicação dos conteúdos pré -estabelecidos no projeto através da prática diagnóstico, estimular situações significativas que possibilite as crianças a utilizarem idéias, o que sabem, relacionando com o novo significado do conhecimento; valorizar as manifestações espontâneas das crianças; utilização do lúdico, como instrumento que permita a criança a possibilidade de desenvolver e fazer representações; ajudar as crianças a corrigir os seus erros, buscando os motivos dos mesmos e intervindo na sua superação;orientar e ajudar os alunos a entenderem as atividades como processo natural da aula participada e bem como levantar sempre a auto-estima e confiança das crianças de maneira a torná-la cada vez mais autônoma.

Dentro desses objetivos traçados para sanarmos as dificuldades encontradas no primeiro momento do estágio, surge outros dilemas, aonde venho me deparar com uma profunda angustia, em um universo cheio de perguntas que parece não terem respostas e nem motivos. Talvez isso deva ta ocorrendo por observar como a Escola está longe da realidade das crianças, percebo a escola com uma direção que trata as crianças de modo assistencialista, como coitadinhas, onde a aprendizagem das mesmas parece ser o item aonde os meios para chegar a isso, não são efetivos e não precisam ser.

Porém, apesar da vivencia dos dilemas, o que venho adotando na prática se expressa em bons resultados, às crianças tem avançado nos níveis de leitura e escrita. As atividades exploram os conhecimentos que os alunos já trazem ao entrarem em sala de aula. O modo como às atividades são aplicadas tem como o objetivo, estigar novos estímulos, sob a forma de materiais diferentes.
Todos esses aspectos tem sido desafiador no sentido de estarmos alinhados a uma série de fatores de muita importância para desenvolvermos as nossas habilidades em gerirmos uma sala de aula, com competência e afirmando aquilo que buscamos sermos profissionais da Educação com princípios voltados para a formação do ser e construção de saberes de modo que causemos a transformação e qualidade na prática educacional

III Semana do Estágio Supervisionado, no Centro de atendimento Integrado a Criança-CAIC, Municpio de Jequié-Estado da Bahia.

Nessa terceira semana os instrumentos utilizados para o processo de ensino e aprendizagem estão pautados na produção de receitas e cantigas de roda. Desenvolvemos em cada aula um ambiente rico em descobertas, experimentações, ações, trocas, interação, habilidades, atitudes para então buscar os objetivos relativos aos conteúdos.

Estamos em uma faze do estágio onde as crianças já estabeleceram um laço de confiança, já começam a entender a sua rotina como sendo importante, onde a aula para alguns não é mais meramente o fazer das atividades. A aula é vista como o todo, nas atividades de rotina, na explicação dos conteúdos, na aplicação das atividades, na realização das brincadeiras.

Na produção das receitas e cantigas trabalhamos com as letras na busca do estabelecimento da correspondência com sons e formação das palavras. As palavras estão sendo trabalhadas e analisadas quanto à quantidade de letras, análise quantitativa, forma, posição e ordem das letras, letra inicial e final.

A exploração de palavras inteiras e significativas oferece à criança a possibilidade de apropriar-se de algumas formas escritas. Percebo que a partir de cada palavra, as crianças estão adquirindo cada vez mais o repertório de letras, além de ficarem cada vez mais curiosas. As crianças fazem uma ligação direta da palavra com a imagem (na receita ou cantiga) isso, facilita o processo de memorização.

A utilização do alfabeto móvel para a formação das palavras tem sido um caminho, cujo resultado tem sido significativos. Nesse momento as crianças formam as palavras contextualizando com a sua vivência, observando os textos em cartaz, os objetos da sala de aula, dentre outros aspectos.
Assim, como nossa pretensão e meta é alfabetizar, percebemos que quando aplicamos os conteúdos de modo lúdico, dinâmico, as crianças aprendem de modo mais rápido e significativo. Até mesmo porque, toda a nossa aula é preparada com a intencionalidade de trabalharmos a leitura e a escrita, de maneira a trazer a vivencia e o cotidiano dos alunos para esse universo das letras, formação de palavras e textos.

IV Semana do Estágio Supervisionado, no Centro de Atendimento Integrado a Criança - CAIC, Município de Jequié- Estado da Bahia.

Nessa quarta semana o nível de afetividade, de apego e habilidade para lidar com as crianças e comunidade escolar está mais efetivo. Nesse momento, porém, percebo o quanto conseguir viver, crescer e definir pontos importantes para a minha formação profissional. Essa caminhada pelo estágio está se constituindo em possibilidade de reafirmação da minha escolha profissional.
Colocando em prática as teorias adquiridas e as habilidades desenvolvidas nas aulas de oficinas na Universidade, percebemos que a prática parte sempre de uma fundamentação teórica como referencia, a prática por se só não dar conta e nem a teoria por se só. O grande desafio e adequarmos à teoria com a nossa pratica e adequada à realidade, ou seja, sermos profissionais pesquisadores, sempre em busca de matados mais eficientes e condizentes com a realidade pautados em uma fundamentação.
As crianças nesse período demonstram avanços significativos no nível de leitura e escrita, nas questões de disciplina e de entendimento da sua rotina. Aí percebo a importância do planejamento, dos estudos, das pesquisas para nos prepararmos para a prática. Além disso, a importância de nos basearmos na realidade local.
Na culminância do estágio realizamos uma oficina de produção de receitas com a participação das crianças, receitas essas, trabalhadas no período do estágio. A sala foi ambientada de acordo com o tema, crianças de outras salas visitaram a nossa produção. Os resultados foram excelentes, pois, as crianças se expressaram se socializaram e os mais importantes, se sentiram importantes participantes nesse momento de culminância. Com essa ação procuramos desmistificar que culminância de estágio é feita apenas com festas,( parecidas com festas de aniversários) sem objetivos e realizamos um momento pautado em objetivos concretos, dentro da proposta pedagógica do construtivismo.
Para concluir esse momento de reflexão enfatizo que os dilemas vivenciados na pratica foram desafiadores, porém, importantes para a minha formação profissional. As decisões a serem tomadas, a mobilização dos saberes, as habilidades necessárias, o meu bem está diário dentre outros aspectos, tudo isso, refletiu no meu dia-a-dia durante a prática. E a prática ficará no marco da minha formação como pedagoga, na formação do meu caráter profissional observando e refletindo os aspectos e decisões coerentes e as decisões que não foram tomadas.

É um espaço onde tive a chance de avaliar do meu “eu”, meu fazer pedagógico. Avaliação está que me permite melhorar, mudar, transformar e construir de modo a me adequar e me interagir diante da situação vivenciada, pesquisando, transformando e aprendendo através da ação- reflexão, e reflexão na ação.

Adriana Miranda
Graduanda em Pedagogia-http://uesb.br






quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Reflexões “Estágio de Observação”, por Adriana Miranda. Graduanda do Curso de Pedagogia-UESB.

Realizado no CAIC - Centro de Atendimento Integrado a Criança-Município de Jequié-Bahia.

O Estágio de observação é um momento da realização de diagnóstico local, verificando como ocorre à prática e a rotina escolar. Nesse momento, temos a chance de verificarmos como se constrói um espaço de produção de conhecimento sobre a prática pedagógica desenvolvida no cotidiano da escola pública, através de um processo criador e inovador, de análise e de reflexão, nos aproximando da realidade da escola, a fim de que possamos compreender melhor os desafios que deveremos enfrentar no momento da prática do estágio e até mesmo, do trabalho, de forma crítica e consciente.

Dessa maneira, no decorrer da aplicação de atividades do diagnóstico pude perceber o quanto posso contribuir de modo dinâmico, profissional, prático, através de uma produção de serviços e de possibilidades de ensino e aprendizagem com embasamentos teóricos adquiridos na formação acadêmica e prática já inicializados no momento da observação. A efetivação da prática só será possível se conhecermos os problemas já existentes e nos planejarmos de maneira a buscarmos o máximo de soluções que reflitam na vida das crianças. É justamente isso, que o estágio de observação nos possibilita.

“É preciso conhecer aquilo em que se quer interferir, contribuir. O Estágio é a nossa vivência profissional, momento de extrema importância na nossa formação.”

Adriana Miranda – Pedagogia das Possibilidades... Nesse momento de Construção, Mudança e Transformação.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A pesquisa como eixo de formação docente.

Reflexões por Adriana Miranda. Graduanda. Pedagogia pela UESB
Todo Profissional da Educação que se permite adentrar na pesquisa estará em constante processo de construção e formação, para que isso ocorra é necessário se dispor, se permitir ser avaliado e ter um olhar avaliador, e caminhar no sentido de questionar, saindo do senso comum.

A pesquisa não anulara o estudo teórico. O estudo teórico será aprofundado no sentido de responder as indagações que poderão surgir no momento da pesquisa. Assim, considerando que a prática docente para ser significativa precisa de um respaldo teórico aplicado e adaptado a realidade onde se dá o processo formativo.

Segundo Esteban & Zaccur (2002), “não se trata de descartar a necessidade do aprofundamento teórico, mas ao contrário, dar ao aprofundamento teórico o sentido de busca de respostas, que se abrem a novas perguntas num movimento que não encontrar um ponto terminal.”

Assim o processo de pesquisa se dá através do dialogo, da observação, de indagações e construção através da realidade em foco e dos saberes teóricos. Além disso, todo saber e toda prática não é linear, as realidades são diversas e nessa diversidade é que se dá a pesquisa como meio de adequadação a vivência local, sendo assim, aumentam-se as chances de termos uma prática mais sólida, com maiores chances de atingirmos resultados significativos.

É dentro desse contexto que sentimos a importância de irmos a campo antes de iniciarmos a nossa prática de estágio. É o momento de percebermos o dia-a-dia da escola, de modo que tenhamos uma fotografia local, e isso irá nos ajudar na nossa prática que é fundamental para nossa formação.

Por que o Estágio para quem não exerce o magistério: o aprender a profissão.






Reflexões por Adriana Miranda. Graduanda do Curso de Pedagogia-UESB.
O Estágio é a oportunidade de vivenciarmos na prática o processo ensino aprendizagem e como se da relação entre professor-aluno. Considerando a importância dessa prática na minha formação Pedagógica concordo com PIMENTA (2004), quando diz: “É preciso valorizar o estágio como campo de conhecimentos necessários aos processos formativos.”
Assim, o estágio supervisionado para os alunos que não exercem o magistério poderá trazer conflitos entre a teoria vivenciada em sala de aula e a prática, porém, acredito que é nessas divergências que irá se formar o ser pedagógico. É um dos momentos do Profissional em Educação fazer descobertas e vencer os desafios, utilizando os saberes de modo concreto e com respaldos significativos. É também a hora de conhecer a escola no seu dia-a-dia, a rotina, os problemas,... Além disso, o Estágio dá a chance ao Profissional de vivenciar uma contingência de aprendizagem da profissão, através das relações sociais, em um fazer pedagógico.
Segundo PIMENTA (2004), “aprender a profissão docente no decorrer do estágio supõe estar atento às particularidades e às interfaces da realidade escolar em sua contextualização na sociedade.”.
Isso parte do principio de não apenas copiar, criticar o que já existe, mas o de interferir no processo de ensino de maneira transformadora, construtiva, dinâmica, e desse modo estaremos de fato nos formando como profissionais comprometidos com a Educação de qualidade, uma educação transformadora no sentido que forme o SER para a vida. Ressaltando que precisamos nos fazer profissionais pesquisadores, criando as estratégias, vencendo os desafios, buscando novas possibilidades de ensinar e aprender a profissão docente.
“A Pedagogia das Possibilidades se faz também nos momentos de Pesquisa e Reflexões do aprender docente.” Adriana Miranda.